Cresci saudável e feliz numa família que nunca se diluiu e sob os comandos de uma mulher forte e maravilhosa que era a minha avó. Como todas as pessoas que levam o fervor religioso ao extremo, essa mulher maravilhosa que ainda hoje recordo com saudade, era também muito austera e repressora. Da minha mãe tenho poucas ou nenhumas recordações na infância, apesar de sempre lá ter vivido e nunca me ter feito mal.
Como única rapariga no meio de três filhos, cresci a ouvir quais os deveres das mulheres, quais os "privilégios" dos homens e quais os perigos das relações. Afinal, os homens eram todos iguais e na minha família tinha o exemplo. Mulherengos, infiéis, subjugavam as mulheres. Cá dentro crescia a revolta de não poder ser assim, de que comigo ia ser diferente. Sempe que podia, barafustava em defesa dos direitos das mulheres, mas ia ao mesmo tempo escondendo o corpo, desejando ter outras formas e enraizando a ideia de que o amor é perigoso porque os homens são todos iguais.
O meu percurso pela vida foi correspondendo ao que interiormente sonhei como profissão. Nos afectos, os sonhos de criança passaram todos ao lado. A incapacidade de lidar com essa frustração levou-me à terapia, nos tempos da faculdade. Muito lixo tirei, muitas ideias arrumei, muitas arestas limei. Mas parece que nunca é suficiente.
Sempre atraí para a minha vida o que fui ouvindo na infância: homens infiéis, presos ao passado, pouco confiáveis e, sobretudo, manifestamente abaixo do que mereço enquanto mulher que quer ser feliz. Hoje acho que há momentos de viragem e experiências que nos fazem dobrar a esquina e entrar numa avenida cheia de esperança e pessoas melhores. Foi há 2 anos, quando a violência chegou à minha relação afectiva. Conheci a Mariana e comecei pela terapia individual. Seguiu-se a terapia de grupo, da qual destaco as fantásticas mulheres com quem partilhei a minha história e que me apoiaram incondicionalmente. Com essas mulheres especiais - que hoje considero boas amigas - percebi que não estava sozinha e que aquilo que me inquietava faz parte do dia-a-dia de muitas de nós. Além disso, percebi que tenho uma escolha e que não vou querer mais repetir os padrões que me foram incutidos na infância.
A necessidade de alguém exterior me garantir que eu estava certa ou errada morreu. Dantes, era preciso alguém dizer "não podes admitir isso" ou "não tens culpa nenhuma" para eu acreditar que, afinal, tinha de seguir outro caminho. Hoje, apesar de ouvir com carinho algumas opiniões, sei exactamente o que quero e o que está a mais na minha vida. E muita dessa confiança desenvolvi-a em terapia.
Além disso, hoje aceito que não tenho as formas perfeitas das mulheres das revistas e sei que as minhas formas são perfeitas tendo em conta os humores, os apetites e os momentos que atravesso. Aprecio-me enquanto mulher, mas, sobretudo, enquanto um todo. E tenho orgulho de mim.
Desenvolvi, ainda, outra característica. Não tenho medo de revelar quem sou e manifestar as minhas opiniões. É isso que me caracteriza e só dessa forma me cumpro enquanto pessoa.
Poderia tentar escrever mais e mais mudanças na minha vida, mas não ia conseguir deixar aqui tudo. Em resumo, obrigada à Vida por cedo me fazer ver que não existe só o aqui e o agora; obrigada às 4 mulheres corajosas e bondosas que me ouviram e partilharam comigo momentos tão dolorosos da minha existência. O que vai acontecer a seguir, não sei. Para já, o que aconteceu até aqui tem-se revelado um milagre que, aos poucos, se vai tornando bem real. (Sofia - participante do grupo feminino arteterapêutico. Grata Sofia pela tua partilha!)
Apesar do conflituoso ambiente familiar, fui uma criança feliz, creio que como todas as outras. Afinal, ser criança é, por naturalidade, ser feliz. E, embora talvez já um pouco descrente no mundo, cresci saudável, sociável, muito activa e alegre.
Os anos somaram-se e de repente dei por mim a entrar na puberdade com um corpo em crescente transformação. Da menina, do ser andrógino, fiz-me uma jovem mulher, bonita e de formas femininas bem evidenciadas, demasiadamente visíveis para uma criança ainda insegura para crescer.
Do galanteio masculino, excessivo na altura para uma rapariga sensível e sem saber como lidar com a sua sexualidade emergente, veio o medo do não conseguir lidar com toda aquela atenção. Da crítica pejorativa constante por parte da minha família pelo meu corpo demasiadamente evidente, escabrosamente sensual para personalidades tão conservadoras, veio a culpa, a vergonha e por fim também o medo.
Recordo bem o dia em que a penumbra do peso se abateu sobre mim. Tinha 13 anos. Naquele dia decidi ser intocável, perfeita, invisível. Naquele dia renunciei à alegria de viver e decidi ser fiel à constante censura familiar. Passei a viver por obrigação. Rejeitei o meu corpo, a minha personalidade, o ser eu. Iniciei uma dieta rigorosa e um programa de exercício físico e de estudos implacável, sem margens para erro. A pouco e pouco fui-me afastando dos amigos, que entretanto evoluíam numa outra direcção, tão distinta da minha. Comecei a perder peso e depressa me tornei numa das melhores alunas da escola. A sensação de vitória e controlo sobre a fome, o peso e os estudos depressa se transformou em obsessão. A privação de tudo levou-me ao abismo. Odiava o meu corpo, autoflagelava-me frequentemente, sentia-me gorda porque era ainda visível. E apesar de invulgar numa anoréctica, nunca vomitei. Sempre quis guardar tudo cá dentro.
Fui internada com 32 Kg quando o caso já havia tomado proporções de vida ou morte. Fui forçada ao internamento. E neguei o facto de estar doente e de precisar de ajuda até ao fim. Mesmo apesar da extrema fragilidade física que me levou inclusive a regressar à fase em que tinha que dormir junto da minha mãe.
Embora essencial, o internamento foi o mais traumático dos eventos da minha vida. Odiei. E depressa ganhei o peso necessário à sobrevivência porque entendi que, morta ou viva, não conseguiria existir sem a minha liberdade. Daqueles anos sobram-me as memórias enevoadas de um esqueleto ambulante a rastejar em frente, em direcção ao incerto, com a crença de que tudo passa porque tudo o que tem início irá também ter um fim.
Iniciei aos 14 anos consultas regulares de psiquiatria que me acompanharam até aos 17. E muito embora reconheça o seu valioso apoio na altura, sei hoje que a mente é uma ferramenta essencial mas apenas enquanto meio e nunca como fim em si mesma.
Prossegui insatisfeita e sempre negligente com o meu corpo. O medo de vir a não poder ter filhos pela ausência de menstruação aos 18, conduziu-me ao peso necessário para o início do direito de existir dos meus ovários. Emocionalmente, permaneci à deriva e fechada, preparando o solo para o dia em que me distraí e deixei entrar a semente que veio para sempre alterar o rumo do meu destino. Nesta vida existem pessoas especiais, com o dom de tocar profundamente na ferida pelo simples facto de existirem. Assim entendi que estava viva e que não poderia continuar, não sem ter que olhar verdadeiramente para mim mesma primeiro.
Perdi-me novamente, até o dia em que decidi retomar a terapia e o acaso me levou até uma consulta de biossíntese, com a qual ganhei ferramentas de consciência corporal no mundo que me rodeia. Entendi
por exemplo que na altura era incapaz de olhar os olhos de outro ser humano.
Mais tarde conheci a Mariana e o que era suposto ser uma terapia regressiva, transformou-se no início de uma relação compassiva para comigo mesma e para com o meu corpo. Na sua iluminada presença,
entendi finalmente que existe uma outra dimensão de poder estar e ser. E o que inicialmente começou por ser um processo individual, depressa tomou forma e veio a solidificar-se num grupo terapêutico para mulheres, hoje minhas amigas, minhas irmãs e com as quais reaprendi a confiar no mundo, na vida, nos outros e entendi que com amor, paciência e compreensão tudo é possível.
Hoje sou uma pessoa diferente, novamente cheia de esperança. A par da terapia de grupo com a Mariana, tenho vindo a integrar a meditação na minha vida, aquele essencial espaço de manobra mental e emocional para lidar com os desafios do dia-a-dia. E, finalmente, posso dizer que iniciei o regresso à casa que é o meu corpo. Hoje olho para trás e para a frente e sorrio. Sobretudo porque já não estou no passado nem no futuro mas mais algures no presente. E agradeço tudo, a todas e a todos, do fundo do meu coração. (Experiência partilhada pela Inês Gonçalves, participante do grupo arteterapêutico feminino. Muito grata pela tua partilha Inês!)
Até à cerca de um ano e meio sempre pensei que a terapia era unicamente destinada a pessoas malucas e demasiado fracas para “arregaçarem as mangas” e lutarem contra as contrariedades da vida – COMO ESTAVA ENGANADA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Fui literalmente obrigada, por uma das pessoas que mais amo (o meu padrasto), a visitar a Mariana. No meu pensamento não havia razão para tal, simplesmente me sentia cansada, algo incompreendida pelos outros e não deixava que o meu marido (que amo verdadeiramente) me tocasse, chegava a sentir nojo. Claro que não achava muito normal amar uma pessoa e não permitir o seu toque e tudo isso estava a desgastar o meu casamento quase até à ruptura, mas não era motivo para frequentar uma terapeuta.
As primeiras vezes com a Mariana foram muito más… Sentia-me intimidada e colocava-me sempre à defesa, mas a Mariana tem uma capacidade única – leva as pessoas a desabafar sem ter que forçar uma resposta. Sempre que saía de uma sessão ficava com um sentimento enorme de culpa, sentia que tinha falado mais do que devia e sentia sempre medo de ser recriminada e acusada pela minha maneira de ser e de agir perante a vida.
Sempre fui uma pessoa que, devido a determinadas situações que se depararam e se vão deparando na minha vida, encaro as coisas de uma forma algo dura e pragmática. Não gosto de mentiras e detesto fingimentos.Mas com o passar do tempo, comecei a relaxar nas sessões, as palavras saíam-me de uma forma mais natural e espontânea e comecei a ansiar pela chegada das sextas-feiras. Consegui perceber e fazer perceber ao meu marido a razão pela qual eu “fugia” dele e o meu casamento renasceu, criou-se um laço bem mais forte daquele que havia até então.
Depois foi-me proposto ter terapia em grupo – claro que DETESTEI a ideia – como é que eu podia contar a perfeitos estranhos tudo o que se passava comigo, tudo o que sentia? Fugi uma vez arranjando mil desculpas mas não consegui fugir uma segunda vez. Em Setembro de 2008, comecei terapia com mais 3 fantásticas mulheres que mudaram a minha vida (para além da Mariana, claro). Para variar a primeira sessão foi muito má para mim porque me sentia completamente desajustada. Com o passar do tempo fomos criando uma amizade tão grande, que nem em muitas famílias existe tal cumplicidade – pelo menos eu penso assim.
Com este grupo aprendi a confiar nas pessoas, que nem todas as pessoas nos podem magoar e que há sempre alguém em pior situações que nós próprias. Sinto que me tornei mais humilde e melhor ouvinte.
Só tenho a agradecer a quem me obrigou a frequentar estas sessões, à Mariana pelo excelente trabalho e por ser a excelente pessoa que é e, por fim, às minhas amigas que as considero como irmãs por me aceitarem como sou e pela força que me transmitem, porque sem pessoas assim ao nosso lado não somos ninguém. OBRIGADO (Este é o depoimento da Ana Alexandra. Uma mulher corajosa e inteira que testemunhou os medos e desafios que a terapia (individual e em grupo) pode suscitar. Obrigada Ana!)
Os rins são locais importantes, pois permitem uma escuta apurada de nós mesmos. Eles têm o mesmo formato que as orelhas e os pés: uma forma que é semelhante a uma semente. Observe a semelhança dos rins com as orelhas.
Da mesma maneira que as orelhas descodificam as palavras que escutamos, os rins filtram o sangue, extraindo dele a água e os sais minerais excedentes, eliminando-os. Mas então, o que acontece quando temos problemas nessa região? A doença pode ser um esforço do corpo para se curar! Os sintomas podem resultar de uma palavra que precisa ser dita!
No caso comum do cálculo renal, podemos pensar que as pedras dos rins acontecem como resultado da sedimentação e da cristalização de determinadas substâncias presentes na urina em quantidade excessiva (ácido úrico, fosfato de cálcio, óxido de cálcio).
Psicologicamente falando, a pedra bloqueadora, que é feita dessas substâncias, deveria ser expelida. Por não contribuir para o desenvolvimento do corpo, corresponde aos assuntos que já deveríamos ter solucionado e que não nos trazem mais nenhum benefício. Quando nos fixamos em assuntos do passado que não nos trazem nenhum benefício, isso promove uma estagnação, um bloqueio, uma pedra no rim. "Tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra." (Carlos Drummond de Andrade) in Arteterapia e o Corpo Secreto por Irene Gaeta Arcuri
Teatro Dinâmico e o Feminino, 1 de Novembro das 10:00 às 18:00
com Mariana Ferreira
O nosso útero é o nosso reservatório emocional, é onde guardamos segredos, onde escondemos vergonhas, desejos e sonhos. É nele que habitam lágrimas não expressas, a nossa criatividade bloqueada, os filhos que não tivemos. Um reservatório de memórias, felizes e infelizes, histórias de romances não concretizados, de medos e de raivas recalcadas.
O nosso útero, caixinha que guarda aquilo que não conseguimos ainda expressar. Baú de segredos de todas as idades, com heranças ancestrais, com histórias que não são só nossas mas que herdámos energeticamente das nossas ancestrais femininas.
Vamos explorar estas histórias num terreno seguro e contentor, junto dos úteros de outras mulheres, junto dos úteros das nossas ancestrais.
Vamos, em Teatro Dinâmico, dar à luz as histórias que precisam de ser contadas, segredadas ou gritadas.
Não há limite para as vezes que precisamos de contar um acontecimento marcante que nos habita o útero. Afinal, quem define os nossos pontos finais, as nossas vírgulas, os nossos ciclos, o nosso ritmo interno?
O Teatro Dinâmico é uma fusão única de Xamanismo, Psicodrama e Terapias Sistémicas e, através desta fusão ecléctica é permitido a qualquer pessoa, de qualquer comunidade, a ligação ao seu potencial máximo. Durante todo o processo construimos confiança, honestidade e espontaneidade ao experimentarmos o potencial vasto que habita o nosso interior. O processo foi criado por Mark Wentworth em 2003 e desde a sua primeira apresentação em 2006 tem crescido e sido mostrado e ensinado por todo o mundo. Mark já apresentou Teatro Dinâmico na Europa, no Médio Oriente, nos E.U.A. e no Reino Unido.
Por favor fazer transferência bancária no valor de 50euros até 28 de Outubro para garantir o seu lugar (limite de 10 participantes) - NIB Caixa Geral de Depósitos, Mariana Vilhena Ferreira - 0035 0549 0000 4810500 05
Local: Av. 25 de Abril, 3 Vila Fria 2740-176 Porto-Salvo
Investimento: 50euros
Almoço vegetariano: 10euros (digam-me se querem almoçar, aqui ao lado também há o Oeiras Parque para quem não quiser vegetariano)
Segundo o Dicionário Enciclopédico Lello Universal, o termo "Expressão" deriva do latim expressione e significa "acto de espremer, de extrair o suco; maneira de exprimir, frase, palavra. Manifestação de um sentimento: expressão de dor, de alegria. Carácter, sentimentos íntimos".
No seu sentido mais lato, "Expressão" poderá significar mesmo a própria vida, dado que toda a acção humana pode ser considerada como expressiva: "Tudo o que o homem ou o animal realiza deve ser entendido ou como uma acção transitiva (o agir) ou como uma expressão... Qualquer tomada de contacto, mesmo superficial, com as manifestações da existência humana, obriga-nos a conceber estas manifestações como expressões desta existência e de modo nenhum como uma série de eventos ou de processos". (Buytendijk, 1934)
Parece ter sido Aristóteles quem primeiro se terá preocupado com a expressão, designando-a como Katharsis (catarse, saída, purga, evacuação, alívio, purificação) e ligando-a às exteriorizações psíquicas que uma acção fictícia desenrolada num palco (no teatro grego, com as características daquela época) provocava nas pessoas que estavam a assitir.
Freud compara figurativamente esta energia a um rio de grande caudal que brota continuamente de uma fonte situada no inconsciente e que, como todos os rios, procura o caminho que o leve a desaguar no mar (a expressão). Bloqueios (frustrações e conflitos) ao seu natural correr pelo leito, causam problemas de pressão (agressividade) contra esses bloqueios, em que a energia os procura ultrapassar ou eliminar; não conseguindo ultrapassar os bloqueios, há um retorno das energias, o seu subsequente aumento (repressões) e a sua saída por outros leitos mais ou menos adequados (compensação, sublimação) ou inadequados (aberrações, perversões, descompensações).
Frustrações, conflitos e tudo o que possa criar obstáculos à normal expressão-catarse destas energias podem criar problemas a nível da saúde mental. Uma normal e adequada expressão é condição, pois, para uma vida saudável.
Seja qual for o meio utilizado (movimento, música, drama, pintura, palavras ou escrita), a expressão não é um espectáculo para outros, mas apenas um modo individual de escape das tensões acumuladas. Sendo a expressão uma emergência de sentimentos, é escusado procurar compreendê-la através da razão.
Embora alguns autores liguem por vezes o termo expressão a aspectos da comunicação social ou a actos de natureza cognitiva, na realidade ela refere-se concretamente a uma força psicológica interna, inconsciente, que, como J.Piaget refere, produz a energia necessária ao funcionamento da cognição: "Expressão será a exteriorização da personalidade. Efectua-se através do Jogo Simbólico, realizando desejos, a compensação, a livre satisfação das necessidades subjectivas. Numa palavra, a expressão tão completa quanto possível do "Eu", distinto da realidade material e social".
Uma expressão não é efectuada para ser pública, para comunicar algo a alguém e muito menos para contemplação, como se de um espectáculo se tratasse. É algo muito íntimo e pessoal. Há uma grande diferença entre o movimento expressivo de um paciente aos saltos numa sessão terapêutica e o de uma bailarina que também salta, mas com um objectivo e num contexto completamente diferente.
A expressão tem valor apenas enquanto dura a acção e apenas para quem se expressa. Tentar avaliar ou interpretar apintura produzida (ou dança, ou música, ou dramatização), sob qualquer juízo técnico ou estético, é procurar criar complicações onde não deverão existir. (...) O paciente ao exprimir-se, não conhece o sucesso ou insucesso, não há a "boa" ou a "má" expressão. Expressa-se pelo prazer que isso lhe dá e pela necessidade que tem de se expressar, tal como respira, porque tem necessidade de respirar sem que alguém faça juízo sobre isso.
Alguns psicólogos classificam a expressão como uma forma de actividade compensadora de problemas. Porém, os problemas provêm exactamente da falta de expressão.
A expressão é um fenómeno individual, inconsciente, produto da vida instintual-emocional-sentimental da pessoa e nunca, como por vezes se fala ("expressão colectiva"), um fenómeno de carácter social. Uma criação poderá ser colectiva, mas uma expressão, pela sua singularidade, não. Uma criação pode ser o conjunto das criações e expressões individuais dos membros de um dado grupo, mas não é possível falar-se de expressão colectiva desse grupo.
A expressão pura é também impossível tal como o silêncio absoluto. Mas, tal como o silêncio da natureza - a ausência de qualquer ruído mecânico -, poderá também conceber-se a existência de expressão natural, quando há um mínimo de influência, externa ao indivíduo, de qualquer acção concebida pelo homem. A expressão quase no seu estado natural encontra-se apenas nas crianças de pequena idade, não estando ainda condicionadas por quaisquer ensinamentos que lhe são transmitidos com o carácter de certos, imutáveis e perenes. A expressão natural não tem qualquer ideia preconcebida. A sua acção é impulsionada por uma força ainda não domesticada. A criança expressa-se apenas pelo prazer de o fazer, pela necessidade que sente, e sem quaisquer entraves sociais ou culturais para o fazer.
O contrário de expressão é repressão e esta surge devido a influências do meio. É tentando imitar o que viu na televisão, seguir o que ouviu um adulto dizer, que a criança começa desde muito cedo a restringir a sua forma de expressão, para tentar fazer como os outros fazem; de maneira muito mais drástica ainda se há um adulto a "ensinar-lhe" como "deve ser", dizendo-lhe o que "está mal", que desenhar ou cantar "não é assim", que "é horrível, feio, desafinado", tendo obrigatoriamente de fazer exactamente como ele, adulto, e sua sociedade de adultos o entendem.
Os termos "expressão livre", "liberdade de expressão" e outros semelhantes, são termos incorrectos, pleonasmos, tais como "recuar para trás" ou "subir para cima", pois que sem liberdade, não há expressão (repressão é exactamennte coertar a liberdade).
Sendo a expressão a exteriorização pessoal da vida interior, essa vida é necessariamente diferente em todas as pessoas, indiferentemente da idade, variando, pois, a expressão, de pessoa para pessoa não sendo possível enquadrá-la em quaisquer padrões psicopatológicos. (in Psicoterapias Activas - Arte-Terapias - de Alberto B. Sousa, Livros Horizonte)
As Vozes dos Ancestrais - 4 de Outubro de 2009, Domingo das 10:00 às 18:00 - Lisboa
com Mark Wentworth
“Nenhum Homem consegue provocar maior sofrimento do que aquele que se agarra, sem consciência, aos vícios dos seus antepassados” William Faulkner
Tudo o que já fomos, e todos os que já caminharam antes de nós tem um papel preponderante na constituição do que somos hoje. Neste workshop vamos explorar os assuntos inacabados dos nossos ancestrais e observaremos como isso tem afectado a nossa vida.
Se tem problemas de saúde, com dinheiro, em relacionamentos, com o sucesso ou com peso então é possível que segure uma história ancestral inacabada. Vamos aprender como ouvir e trabalhar com as perdas e dores dos nossos ancestrais e, ainda mais importante, como fazer para os ajudarmos a eles e a nós mesmos.
Quando escolhemos honrar e ouvir as vozes distantes do passado criamos raízes mais sólidas, estruturas mais seguras e experimentamos uma alegria de viver no presente, juntamente com o potencial e entusiasmo de um futuro com maior realização para nós e para os nossos descendentes.
O Teatro Dinâmico é uma fusão única de Xamanismo, Psicodrama e Terapias Sistémicas e, através desta fusão ecléctica é permitido a qualquer pessoa, de qualquer comunidade, a ligação ao seu potencial máximo. Durante todo o processo construimos confiança, honestidade e espontaneidade ao experimentarmos o potencial vasto que habita o nosso interior. O processo foi criado por Mark Wentworth em 2003 e desde a sua primeira apresentação em 2006 tem crescido e sido mostrado e ensinado por todo o mundo. Mark já apresentou Teatro Dinâmico na Europa, no Médio Oriente, nos E.U.A. e no Reino Unido.
Workshop em Inglês e Português
Investimento: 60€ (pedimos que seja feita uma transferência deste valor até ao dia 30 de Setembro para o NIB BPI – 0010 0000 3943 9730 001 14)
Local: Lisboa, local a anunciar
Inscrições: Mariana Ferreira (+351)966758769 ou dynamictheatre@gmail.com
Ler mais em: http://teatrodinamico.blogspot.com http://dynamictheatre.blogspot.com ou adicione no Facebook o grupo Dynamic Theatre
“É dever dos vivos cuidar dos mortos” Malidoma Somé
Embora haja diferenças distintas entre a energia dos ovários e a do útero, muitas mulheres têm problemas com ambas, simultaneamente. Por exemplo, muitas mulheres cujos ovários são afectados por endometriose também apresentam fibromiomas no útero. Portanto, é de toda a utilidade discutir, na sua generalidade, a natureza global dos padrões de energia emocionais e psicológicos, tendentes a gerar saúde e doenças nos órgãos pélvicos.
Os órgãos pélvicos internos (ovários, trompas e útero) estão relacionados com aspectos do segundo chakra. A sua energia depende de um instinto feminino capaz, competente ou potente para gerar abundância e estabilidade emocional e financeira, e para expressar a criatividade na sua plenitude. A mulher deve ser capaz de se sentir bem consigo mesma e com as suas relações com os outros no decorrer da sua vida. Por outro lado, as relações que ela acha cansativas e limitadoras podem afectar adversamente os seus órgãos pélvicos internos. Assim, se uma mulher permanece numa relação não saudável porque pensa não poder bastar-se a si mesma, económica e emocionalmente, os seus órgãos internos podem correr um sério risco de contraírem doença.
A doença só surge quando uma mulher se sente frustrada nas suas tentativas de efectuar mudanças que ela precisa fazer na sua vida. A probabilidade e gravidade da doença dependem do quão eficientemente funcionam as diversas áreas da sua vida. Um casamento e uma vida familiar que a apoiem, por exemplo, podem compensar parcialmente um trabalho cansativo. Um padrão psicológico clássico associado a problemas físicos na pelve é o de uma mulher que quer libertar-se de comportamentos limitativos nas suas relações (com o marido ou no trabalho, por exemplo) mas não consegue confrontar-se com os seus medos relativamente à independência que essas alterações lhe trariam. Embora ela possa aperceber-se de que outros estão a limitar a sua capacidade de se libertar, na realidade, o seu maior conflito desencadeia-se dentro de si mesma em torno dos seus próprios medos.
Um outro aspecto que afecta os órgãos pélvicos é a competição entre as várias necessidades. Quando as suas necessidades mais íntimas de companheirismo e apoio emocional entram em competição com as suas outras necessidades exteriores, autonomia e aprovação familiar, esta situação pode interferir com os órgãos pélvicos, os ovários e o útero. A nossa cultura ensina-nos que não podemos estar ao mesmo tempo emocionalmente preenchidas e ser bem sucedidas financeiramente e que as nossas necessidades relativamente a ambos os aspectos são mutuamente exclusivas; que, como mulheres, não podemos ter tudo. As mulheres não são geralmente ensinadas a ser competentes nas áreas financeira e económica porque o sistema patriarcal assenta na própria dependência feminina. Uma vez que ter dinheiro e estatuto nos protege e nos faz sentir seguras, foi-nos ensinado que, para adquirir segurança temos que casar, e aos homens que devem providenciar para que não falte dinheiro nem estatuto às suas esposas. O sucesso, no sistema aditivo, permite-nos controlar os outros. Estas crenças e o comportamento determinante que geram são a base para o aparecimento dos problemas pélvicos.
O útero está energeticamente relacionado com o mais íntimo sentido de independência de uma mulher e com o seu mundo interior. Simboliza os seus sonhos e as personagens que gostaria de gerar. O seu estado de saúde reflecte a sua realidade emocional e a sua crença em si mesma ao nível mais profundo. A saúde do útero está em risco se uma mulher não acreditar em si mesma, ou se for excessivamente autocrítica.
A energia uterina é mais lenta que a energia ovárica. O tempo de gestação biológica do feto é de nove meses lunares, enquanto que o tempo de gestação de um ovo é de apenas um mês lunar. Pensa-se no útero como sendo a terra, quer simbolicamente, quer biologicamente, na qual as sementes produtivas dos ovários crescem a seu tempo.
A energia ovárica é mais dinâmica e de alteração mais rápida que a do útero. Nos ano
s reprodutivos, os ovários saudáveis libertam mensalmente novas sementes de uma forma dinâmica. Quando esta energia ovárica dinâmica precisa da nossa atenção, os ovários são capazes de mudar muito rapidamente. Um quisto ovárico pode desenvolver-se numa questão de dias, sob determinadas circunstâncias.
A saúde ovárica está directamente relacionada com as relações da mulher com as pessoas e coisas exteriores a si mesma. Os ovários estão em risco quando as mulheres se sentem controladas ou criticadas pelos outros, ou quando elas, por seu turno, criticam e controlam os outros.in Corpo de Mulher, Sabedoria de Mulher de Christiane Northrup
"Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir. Sentir tudo de todas as maneiras. Sentir tudo excessivamente. Porque todas as coisas são em verdade, excessivas e toda a realidade é um excesso, uma violência, uma alucinação extraordinariamente nítida que vivemos todos em comum com a fúria das almas, o centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos.
Sou uma grande máquina movida por grandes correias de que só vejo a parte que pega nos meus tambores, o resto vai para além dos astros, passa para além dos sóis, e nunca parece chegar ao tambor donde parte...
Meu corpo é um centro dum volante estupendo infinito em marcha sempre vertiginosa em torno de si, cruzando-se em todas as direcções com outros volantes, que se entrepenetram e misturam, porque isto não é no espaço mas não sei onde espacial de uma outra maneira-Deus.
Sou um formidável dinamismo obrigado ao equilíbrio de estar dentro do meu corpo, de não transbordar de minh'alma. Ruge, estoira, vence, quebra, estrondeia, sacode, freme, treme, espuma, venta, viola, explode, perde-te, transcende-te, circunda-te, vive-te, rompe e foge.
Sê com todo o meu ser todos os lumes e luzes, risca com toda a minha alma todos os relâmpagos e fogos, sobrevive-me em minha vida em todas as direcções!" Álvaro de Campos
Dia 20 de Setembro há Teatro Dinâmico em Penafiel, na maravilhosa Quinta do Outeiro, com comidinha vegetariana e muito trabalho de grupo. Este workshop é aberto a qualquer pessoa, nova ou não ao TD, que queira explorar as suas personagens internas, as histórias inconscientes que se escondem dentro da pele e os padrões ancestrais que regem a nossa vida de hoje. Para quem já fez TD sabe como um dia assim pode trazer à superfície muito material interessante, profundo e esclarecedor. Apesar da seriedade do método há sempre umas boas gargalhadas também!
Para inscrições e informações contactem a Rita Alves: ritajsalves@gmail.com / 919872983
Aloha a todos! Já estamos no Facebook (Dynamic Theatre), juntem-se a nós. Em Fevereiro haverá uma formação de 5 dias em Teatro Dinâmico dada pelo Mark Wentworth para alunos novos (em Portugal). Para inscrições, informações e deixarem comentários escrevam-nos para dynamictheatre@gmail.com. Em Abril iniciamos um grande e maravilhoso projecto no Nepal chamado Dynamic Heart Project e esperamos seguir para o Sri Lanka também em breve. Grata pela ajuda e apoio de todos nos nossos projectos pessoais e colectivos. Gracias, Gracias, Gracias! Um beijo, Mariana
“Alguns já disseram que o corpo não mente. Mais que isso, ele conta histórias e em cada uma delas há um sentido a descobrir. Como o significado dos acontecimentos, das doenças ou do prazer que anima algumas de suas partes. O corpo é a nossa memória mais arcaica. Nele, nada é esquecido. Cada acontecimento vivido (…) deixa no corpo a sua marca profunda. Trata-se então de sabermos escutar cada uma das partes do nosso corpo, do ponto de vista físico, psicológico e espiritual” Jean-Yves Leloup
Em Setembro iniciamos um novo grupo terapêutico para mulheres em Oeiras - Sextas-feiras das 18:30 às 20:30. Para mais informações contactar Mariana Ferreira em 966758769
Apresentado por Mariana Ferreira e Rita Alves 23 e 24 de Maio em Penafiel
“Mergulha dentro de ti próprio e transforma-te no teu próprio curandeiro” Sabedoria Ameríndia
O que é o Teatro Dinâmico?
O Teatro Dinâmico foi criado por Mark Wentworth em 2003 e é uma síntese única de Psicodrama, Constelações Sistémicas e Xamanismo. Através desta técnica temos oportunidade de explorar, pela representação, as várias histórias que se desenrolam na nossa vida pessoal e nas comunidades em que trabalhamos e habitamos. Temos relacionamentos com tudo ao nosso redor, estes relacionamentos podem ser felizes e saudáveis ou causar-nos problemas contínuos e incapacitantes. Através da representação destas histórias, inconscientes, é-nos permitido compreender as dinâmicas que temos com determinada situação ou pessoa.
Wilhelm Reich dizia que o corpo é o inconsciente visível. Vamos explorar o corpo, o material emocional que o corpo contém, as vozes das várias partes do corpo, o que ele nos quer contar, gritar, sussurar. Vamos sentir as histórias que temos guardadas em nós, dentro da pele e da carne, e permitir que aquelas que regem a nossa vida de hoje se manifestem, clarifiquem, descodifiquem.
Neste workshop de introdução ao Teatro Dinâmico vamos sentir como podemos ser personagens nas histórias dos outros e a força das palavras não expressas, das palavras e emoções que o corpo segura. Através de técnicas de Expressão Corporal e Expressão Dramática vamos permitir que, como um contador de histórias, o corpo flua livremente pelos dramas da nossa vida, dos nossos ancestrais, dos nossos relacionamentos. O corpo vai onde tem que ir, até onde quer ir, até onde pode ir. Cada corpo é como um rio, com a sua própria corrente, com o seu próprio tamanho, ritmo e percurso.
“Alguns já disseram que o corpo não mente, Mais que isso, ele conta histórias e em cada uma delas há um sentido a descobrir. Como o significado dos acontecimentos, das doenças ou do prazer que anima algumas de suas partes. O corpo é a nossa memória mais arcaica. Nele, nada é esquecido. Cada acontecimento vivido (…) deixa no corpo a sua marca profunda. Trata-se então de sabermos escutar cada uma das partes do nosso corpo, do ponto de vista físico, psicológico e espiritual” Jean-Yves Leloup
Sábado e Domingo, dias 23 e 24 de Maio das 10h às 18h Local: Quinta do Outeiro, Penafiel (Porto) Preço: 120€ (curso + coffee breaks) Contacto para inscrições: Rita Alves Almoço vegetariano: 10€ por dia Nib: 0010 0000 39143610001 64 Tlms para informações: 966758769 / 919872983 marianavferreira@gmail.com / ritajsalves@gmail.com
As inscrições são limitadas a um número máximo de 12 participantes e deverão ser feitas mediante um depósito de 50% do valor total até ao dia 20 de Maio.
Para além deste workshop de carácter introdutório estão a decorrer outras formações para que se possa compreender e experimentar a profundidade e o poder desta técnica. A sua simplicidade torna-se na sua complexidade. Este workshop introdutório conta como módulo de dois dias para a formação completa em Teatro Dinâmico.
“Não existe senão um só templo no universo, e é o Corpo do Homem. (…) Curvar-se diante do homem é um ato de reverência diante desta revelação da Carne. Tocamos o céu quando colocamos nossas mãos num corpo humano” Novalis
PALESTRA GRATUITA com o Professor Mark Wentworth Local: Galeria Matos Ferreira, R. Luz Soriano, 14 e 18 1200-247 Bairro Alto
Dia: Sexta-feira, 1 de Maio às 21:30 horas
Neste momento em que as sociedades e comunidades se encontram num processo de mudança, e nós próprios estamos a realizar um processo de transformação do “Eu” para o “Nós”, cada vez mais pessoas sentem necessidade de voltar a um sentir comunitário, diferente do que foi, mas, com um propósito em que cada qual faz uma tentativa de dar um contributo válido às suas sociedades e comunidades.
Se olharmos para os filmes que atraem a atenção dos media hoje e que são nomeados para uma série de prémios, observamos que são sobre pessoas que pertencem a minorias e são ostracizados pela dita “sociedade normal”, exemplo disso são os filmes “Milk” e “Quem quer ser Bilionário”. A mudança está a surgir das raízes, ao contrário do que tem sido vivido até agora, em que a mudança surgia dos poderes superiores da sociedade. Os indivíduos procuram formas de regresso à comunidade e de re-ligação às suas tribos, ou seja, este é mesmo o tempo de regresso ao lar.
Teatro Dinâmico é uma das formas de ligação das pessoas com o seu potencial total, é uma forma de explorar pela dramatização, e pelo brincar, as sombras da sociedade, e, de forma honesta e aberta trabalhar com as feridas que precisam de ser curadas. Vezes sem conta o comentário que é feito sobre Teatro Dinâmico é a quantidade de risos e boa disposição que desencadeia, e, ao mesmo tempo, a profundidade da cura que acontece.
O processo de Teatro Dinâmico encoraja-nos a ligarmo-nos às nossas histórias ancestrais, permitindo que honremos todos aqueles que caminharam antes de nós e que os aceitemos como parte do dia-a-dia das nossas comunidades. Agora é o tempo da criatividade e expressão para que a mudança que todos queremos ver no mundo aconteça.
Teatro Dinâmico permite que saiamos dos papéis habituais e que entremos em novas formas de ser e de expressividade, permite o alcance de aspectos nossos que talvez já tivéssemos sonhado ter, mas que nunca acreditássemos ser possível que já existissem dentro de nós. Quando nos tornamos no impossível, a impossibilidade torna-se possível.
OPORTUNIDADE ÚNICA:
O professor Mark Wentworth estará em Lisboa no dia 31 de Maio para pôr em prática as técnicas de grupo de Teatro Dinâmico. Esta será a oportunidade de vermos as nossas histórias internas, as histórias dos nossos ancestrais, as nossas dúvidas, as grandes questões das nossas vidas, aquilo que bloqueia o nosso bem-estar físico, emocional, mental, espiritual serem representadas em grupo. Venha preparado para uma experiência inesquecível!
Thanks to Filipe we have this wonderful example of how our DT weeks look and feel like. In this story the shapeshifters were acting out the portuguese story of Saudade and how the sailor's wives were still carrying Anger towards their husbands. The sailors were the ones that actually glued the story together which allowed the Current Generation to feel free from ancient Saudade and Anger. Powerful!
Imagens da última formação em Teatro Dinâmico. Aprendemos a trabalhar com as quatro direcções do Shamanismo e aprofundámos o sentido de comunidade, de pertença e desapego (pelo menos o meu processo passou por estes momentos). Agradeço ao Mark pelas sábias palavras e ensinamentos, ao Per pelas belas gargalhadas (como sempre!), à Rosário pela companhia e pelos bons ouvidos que tem conseguido manter mesmo depois de tantas formações passadas ao meu lado, pela organização da Rita, pelos abraços de todos, pelo carinho, por tudo, tudo. Maravilhoso!
Atrevam-se! Aoavançarmososnossosmedos e fantasmasdesmaterializam-se. Vejam o queacontece no vídeo! Grandebeijo Mariana
Não use máscaras; de outro modo criará disfunções e bloqueios no seu organismo. Uma pessoa que tenha andado a reprimir a ira fica com o maxilar bloqueado. Toda a ira sobe-lhe ao maxilar e depois fica aí bloqueada. As suas mãos tornam-se feias; não possuem o gracioso movimento das de um dançarino, não, porque a ira chega-lhe aos dedos e fica bloqueada. Lembre-se: a ira tem dois tubos de escape - um deles são os dentes, o outro são os dedos. Todos os animais, quando estão furiosos, mordem ou usam as patas. Portanto, as unhas e os dentes são os dois pontos por onde a ira se liberta.
Desconfio que, sempre que a ira é muito reprimida, as pessoas começam a sofrer dos dentes. Os seus dentes ficam em mau estado porque há neles energia a mais, que nunca é libertada. E alguém que reprima a ira comerá demasiado - as pessoas coléricas comerão sempre mais porque os dentes precisam fazer mais exercício. As pessoas coléricas fumarão demasiado. As pessoas coléricas falarão mais - poderão mesmo tornar-se faladoras inveteradas, porque, de certo modo, o maxilar precisa de exercício para que a energia se liberte um bocadinho. E as mãos das pessoas coléricas tornar-se-ão nodosas, feias. Se a energia se tivesse libertado, poderiam ter sido mãos muito bonitas.
Quando se reprime alguma coisa, há, no corpo, uma parte correspondente à emoção. Se não quiser chorar, os seus olhos perderão o brilho... porque as lágrimas são necessárias; são um fenómeno muito vivo. Quando de vez em quando chora e derrama lágrimas - fica realmente sentido e vive a emoção, e as lágrimas começam a correr dos seus olhos -, os seus olhos ficam limpos, os seus olhos ficam novamente puros, jovens e virgens.
É por isso que as mulheres têm os olhos mais bonitos, porque elas ainda conseguem chorar. O homem perdeu a beleza dos olhos por causa daquela noção errada de que um homem nunca chora. Se alguém, um rapazito, chorar, até os pais e outros lhe dizem: "Que estás a fazer? Estás a ser um mariquinhas?" Que disparate! Deus concedeu - ao homem e à mulher - as mesmas glândulas lacrimais. Se não fosse suposto chorar, não teria glândulas lacrimais, a matemática é simples. Os olhos precisam de chorar e derramar lágrimas, e é realmente bonito quando se pode derramar lágrimas e chorar a plenos pulmões.
Lembre-se que se não conseguir gritar e chorar a plenos pulmões, também não conseguirá rir, porque rir é a outra polaridade. As pessoas que conseguem rir também conseguem chorar; as pessoas que não conseguem chorar; não conseguem rir. (in Intimidade, Confiar em si próprio e no outro por OSHO)
Os rótulos. Ultimamente deparo-me com uma série de pessoas, amigos, clientes que me perguntam se são neuróticos, se correm riscos de serem bipolares, esquizofrénicos, se um coração partido se consegue colar outra vez ou se as feridas da alma têm remendo. Dou por mim quase sempre a responder “não sei”, “talvez” ou “o que é que sente em relação a esse assunto?”. No fundo, parece-me que queríamos todos ter um botão que reiniciasse a “máquina”, uma borracha que apagasse memórias ou, principalmente, queríamos ser e parecer normais aos olhos dos outros. Mas o que é a normalidade? Não sei. Sei que somos todos diferentes e que reagimos todos de forma diferente aos mesmos acontecimentos devido à forma como estruturámos o nosso comportamento, a nossa psique, o nosso carácter e a tantos outros factores que nos fazem ser como somos.
O que vejo e sinto são uma série de corpos fechados nas suas dores, nos nossos corpos “neuróticos”, na “bipolaridade” com que vivemos os relacionamentos íntimos e na “esquizofrenia” daquilo que nos é desconhecido, do mistério que é viver e saber viver dentro destes corpos. Parece-me que rotular não é o caminho, mas, sim, continuar a caminhar e pedir ajuda para que consigamos entrar novamente nas “zonas mortas” do corpo e recuperar memórias desta, doutras vidas, memórias ancestrais ou memórias de ontem.
Quem experimenta Dynamic Theatre pela primeira vez é levado a acreditar que há uma certa magia no que é revelado, que há estranheza e que assusta. O Dynamic Theatre expõe a verdade e a verdade é sempre bela e, por vezes, assustadora. A verdade torna-nos livres e parece-me ser evidente que é na liberdade que existe o belo. Um ser livre é um ser com uma beleza tão exuberante como tranquila. A liberdade permite-nos estar num corpo que vive no presente. O que acontece, no fundo, em Dynamic Theatre , é que damos expressão às nossas “zonas mortas”, que, por conseguinte, são reanimadas e reintegradas em nós.
Em suma, os rótulos são temporários pela impermanência de todas as coisas e o que há de neurótico em nós é a ponte para a nossa recuperação, para o nosso reequilíbrio. Um corpo fechado é um corpo que sofre um sofrimento legítimo. Quantos segredos guardamos no útero, quantas amarguras digerimos no estômago e quantos passos as nossas pernas deixaram de dar pelo medo do desconhecido?
Agradeço ao Sérgio por partilhar a sua constelação connosco e à Ieda por emprestar os seus magníficos cristais. É sempre maravilhoso ver uma constelação formar-se, que cor intuitivamente escolhemos para o pai, que formato de pedras atribuímos aos bisavós que nos são desconhecidos em vida mas cujos padrões genético e energético herdámos. Esta imagem foi tirada a uma constelação que, quando começou a ser trabalhada, nada se parecia com o resultado com o qual o Sérgio se sentiu mais satisfeito (na fotografia). Não é de forma alguma uma constelação final porque a nossa energia está em constante transformação e evolução. Uma constelação pode variar de dia para dia, pela forma como nos sentimos confortáveis ou desconfortáveis com tudo o que vai acontecendo ao nossa redor. O que experimentamos pela primeira vez em que a constituímos é único porque somos agarrados pelo factor surpresa de quem estreia algo e, por isso, deixa uma marca grande na nossa psique. Na realidade, a primeira vez que tocamos nas pedras e as distribuímos ao nosso gosto revela a forma como na nossa psique seguramos as dinâmicas da nossa família. Andamos todos juntinhos ou precisamos de muito espaço entre todos para podermos respirar à vontade? É doloroso separarmo-nos de um ente querido que já morreu e colocamo-lo bem pertinho da pedra que nos simboliza? A forma, mesmo que ainda inconsciente, como sentimos a energia dos nossos ascendentes vai também determinar, em parte, o formato relacional dos descendentes, e, assim, a dinâmica prolonga-se de gerações em gerações. Como é que "carregamos" padrões que são considerados "crónicos" na família, como doenças e dependências? A liberdade e autonomia passa por colocar a pedra da mãe bem longe da nossa ou por tomar consciência de que a dependência talvez seja mútua, ou que já se perpetua à muitas gerações?
São necessárias coragem e uma boa dose de auto-consciência para nos libertarmos de padrões que não queremos levar connosco e para guardarmos e acarinharmos os que queremos para nós.
Idealmente, a vida pré-natal, junto ao coração da mãe, é a felicidade total para o feto. As mulheres devem optar por viver as suas gravidezes sensatamente, porque a forma como o fazem afecta-as tanto a elas como às crianças. Os bebés recordam-se das suas vidas - de todas as partes das suas vidas - e as suas experiências têm um efeito potencialmente grande sobre eles.
Todos nós conservamos a marca da nossa vida nas nossas células. Se, durante esses vulneráveis nove meses, uma mãe não estiver emocionalmente disponível para o seu bebé - seja por que razão for - o bebé ressente-se disso. As memórias pré-natais e do parto e o seu impacte potencial no feto são algumas das muitas razões pelas quais as mulheres devem aprender a gerir bem a sua fertilidade e a conceber conscientemente. As mulheres devem tornar-se veículos conscientes.
Muitas mulheres têm-me dito que sabiam que os pais não as queriam e que o tinham sentido durante toda a vida. "Sei que fui concebida durante o luto da minha mãe por um filho que morreu nove meses antes", disse uma mulher. "Lembro-me de absorver isso no útero. Jurei tornar as coisas melhores para ela. Passei sessenta e quatro anos a tentar fazer isso por ela. Nunca resultou. "Uma mulher na menopausa, Beverly, disse que a mãe a tinha ido visitar no dia do seu quinquagésimo aniversário, com balões e uma rosa, e lhe tinha dito: "Tens cinquenta anos. A tua vida, a partir de agora, é a descer. Já não és uma criança." Contou à filha como tinha sofrido no parto, e disse ainda que Beverly era feia quando nasceu. No entanto, cantou louvores ao filho - o irmão de Beverly - dizendo que o parto tinha sido practicamente indolor e que o filho era lindo desde que nasceu. Ao ouvir a mãe, Beverly sentiu que, de um modo perverso, lhe tinham dado um verdadeiro presente no seu quinquagésimo aniversário. A mãe tinha confirmado aquilo que sempre pensara - que tinha sido rejeitada desde a nascença.
As pessoas cuja gestação e nascimento ocorreram em circunstâncias em que não foram desejadas podem sentir uma depressão existencial. Uma mulher referiu ter vergonha de respirar o ar e ocupar espaço - tinha a sensação de nunca pertencer, de estar a fazer alguém sofrer só por estar ali. Disse-me que sentia isso desde que se lembrava. Sabia que não tinha sido desejada.
Outra mulher, uma médica na casa dos cinquenta, disse ter tido recentemente uma sessão de cura emocional em que se tinha apercebido de nunca se ter sentido segura no ventre da mãe - sabia que não tinha sido desejada. Durante toda a vida tinha tentado compensar isso estudando, tornando-se médica e tendo uma série de relações. Mas nada disso preencheu a necessidade que estava dentro de si desde que tinha nascido - a necessidade de ser muito amada e desejada desde criança. Segundo se lembrava: "O bater do coração da minha mãe, tão perto do meu, não era conforto nem tranquilidade para mim." Apesar de a mãe já ter morrido, ela passou pelo processo de lhe perdoar. Lavada em lágrimas, disse-me: "Finalmente, tenho saudades da mãe que nunca tive. Compreendo que ela fez o melhor que pôde. Ela própria nunca teve uma oportunidade." (in Corpo de Mulher, Sabedoria de Mulher de Christiane Northrup)
Lembro que no dia 9 de Janeiro começa um novo grupo terapêutico para mulheres. O grupo vai realizar-se todas as sextas-feiras às 18:30. Vai ter como base o Dynamic Theatre e outros métodos expressivos. Para confirmarem a vossa presença enviem-me um e-mail ou telefonem. Gracias, Mariana.
“Apenas dentro de nós existe essa realidade pela qual ansiamos. Não vos posso dar nada que não exista já dentro de vós. A única galeria de quadros que posso abrir diante de vós é a da vossa própria alma." Herman Hesse
Dynamic Theatre (DT) foi criado, em 2003, por Mark Wentworth como uma síntese única entre psicodrama, sociodrama, constelações familiares e shamanismo. Desde então, a técnica tem sido introduzida no palco do psicodrama, pela mão de vários psicodramaturgos, como o “auxiliar incógnito”. No entanto, Dynamic Theatre é um sistema e uma técnica que vive por si só, apesar de ser influenciada pelo trabalho de Jacob L. Moreno, por quem temos o maior respeito e que tem sido sempre uma inspiração para DT.
Raízes: Um dos problemas em métodos activos é o perigo de projecções do ego do director e o medo de que os "egos auxiliares" apresentem conteúdos que perturbam o "protagonista", retirando alguma espontaneidade, que foi sempre um dos maiores objectivos de Moreno. Nascido de alguma frustração e tristeza sentidas devido a esta situação, experiências de grupo levaram ao aparecimento da pérola que é o Dynamic Theatre. Desde a sua primeira apresentação oficial em 2006 tem crescido em profundidade e força e foi apresentado em vários países europeus, nos E.U.A. e no Médio Oriente.
Foi introduzido como um método activo inovador para a comunidade - uma forma de restabelecer os nossos sentidos de pertença e proximidade. No shamanismo, quando uma pessoa adoeçe ou se encontra em desarmonia, toda a comunidade está doente. Sendo assim, todos se juntam para a cura dessa pessoa com o conhecimento de que toda a comunidade beneficiará dessa partilha. Segundo a Antropologia, as raízes da espiritualidade shamânica datam de há 40000 a 100000 anos.
O DT honra estas crenças ancestrais e reconhece que é no shamanismo onde encontramos a raiz de toda a dramaturgia e teatro. Por exemplo, os guerreiros nativo-americanos representavam as suas batalhas com toda a tribo para partilharem a sua história. Se um dos guerreiros tirasse uma vida a sua culpa seria partilhada pela comunidade através de dramatização e ele seria, durante a peça, acolhido pela comunidade ao invés de ser abandonado para que, sozinho, lidasse com os seus fantasmas da guerra.
O que é DT? A principal diferença entre DT e Psicodrama é que todos os "egos auxiliares" são agidos de forma incógnita. Só o director e o “contador da história” conhecem a identidade dos "egos auxiliares". Acreditamos, assim, que o anonimato permite a revelação da verdadeira dinâmica escondida de qualquer situação e na sua forma mais pura, sem que haja interferência pessoal das pessoas que representam os papéis "auxiliares". Noutras palavras, o "ego auxiliar" está livre para representar um “papel” e isto permite que ele se exprima de forma espontânea e através dos seus recursos mais íntimos. Não há qualquer risco de ofensa para o "contador da história", ou de dizer algo errado, porque tudo é válido e possível.
Para quem nunca experimentou DT, pode achar o conceito – a possibilidade de comunicar a energia da mãe do "contador da história", de uma organização, de um cancro ou de um ancestral – bastante absurdo. No entanto, observar alguém tornar-se nesse elemento é verdadeiramente inspirador, sem que haja influência pela contenção do conhecimento e do controle.
Do ponto de vista sociodramático, expressar a energia de alguma coisa do nosso mundo pode ser de extrema importância para a nossa sociedade. Já vimos como um grupo, um sonho ou um medo podem revelar verdades novas e profundas para a sociedade envolvida. Podem permitir o início de processos de questionamento profundos e exploração das sombras da sociedade. Se soubéssemos de antemão a identidade dos "auxiliares" principais perderíamos as reacções sociais que não estão alinhadas com os nossos egos. Ou seja, não revelaríamos as nossas sombras internas, sombras de grupo ou da sociedade. No entanto, e esta é a maior verdade: “não teríamos acesso a estes níveis do Ser se não tivéssemos, desde sempre, uma ligação.”
DT oferece a técnica que nos permite ter acesso às sombras da comunidade. Revela que em todas as nações há feridas para sarar e que em cada coração existe a força para o fazermos.