Atrevam-se! Ao avançarmos os nossos medos e fantasmas desmaterializam-se. Vejam o que acontece no vídeo! Grande beijo Mariana

Seja Autêntico por OSHO


















Não use máscaras; de outro modo criará disfunções e bloqueios no seu organismo. Uma pessoa que tenha andado a reprimir a ira fica com o maxilar bloqueado. Toda a ira sobe-lhe ao maxilar e depois fica aí bloqueada. As suas mãos tornam-se feias; não possuem o gracioso movimento das de um dançarino, não, porque a ira chega-lhe aos dedos e fica bloqueada. Lembre-se: a ira tem dois tubos de escape - um deles são os dentes, o outro são os dedos. Todos os animais, quando estão furiosos, mordem ou usam as patas. Portanto, as unhas e os dentes são os dois pontos por onde a ira se liberta.

Desconfio que, sempre que a ira é muito reprimida, as pessoas começam a sofrer dos dentes. Os seus dentes ficam em mau estado porque há neles energia a mais, que nunca é libertada. E alguém que reprima a ira comerá demasiado - as pessoas coléricas comerão sempre mais porque os dentes precisam fazer mais exercício. As pessoas coléricas fumarão demasiado. As pessoas coléricas falarão mais - poderão mesmo tornar-se faladoras inveteradas, porque, de certo modo, o maxilar precisa de exercício para que a energia se liberte um bocadinho. E as mãos das pessoas coléricas tornar-se-ão nodosas, feias. Se a energia se tivesse libertado, poderiam ter sido mãos muito bonitas.

Quando se reprime alguma coisa, há, no corpo, uma parte correspondente à emoção. Se não quiser chorar, os seus olhos perderão o brilho... porque as lágrimas são necessárias; são um fenómeno muito vivo. Quando de vez em quando chora e derrama lágrimas - fica realmente sentido e vive a emoção, e as lágrimas começam a correr dos seus olhos -, os seus olhos ficam limpos, os seus olhos ficam novamente puros, jovens e virgens.

É por isso que as mulheres têm os olhos mais bonitos, porque elas ainda conseguem chorar. O homem perdeu a beleza dos olhos por causa daquela noção errada de que um homem nunca chora. Se alguém, um rapazito, chorar, até os pais e outros lhe dizem: "Que estás a fazer? Estás a ser um mariquinhas?" Que disparate! Deus concedeu - ao homem e à mulher - as mesmas glândulas lacrimais. Se não fosse suposto chorar, não teria glândulas lacrimais, a matemática é simples. Os olhos precisam de chorar e derramar lágrimas, e é realmente bonito quando se pode derramar lágrimas e chorar a plenos pulmões.

Lembre-se que se não conseguir gritar e chorar a plenos pulmões, também não conseguirá rir, porque rir é a outra polaridade. As pessoas que conseguem rir também conseguem chorar; as pessoas que não conseguem chorar; não conseguem rir.
(in Intimidade, Confiar em si próprio e no outro por OSHO)

O Corpo Fechado

Os rótulos. Ultimamente deparo-me com uma série de pessoas, amigos, clientes que me perguntam se são neuróticos, se correm riscos de serem bipolares, esquizofrénicos, se um coração partido se consegue colar outra vez ou se as feridas da alma têm remendo. Dou por mim quase sempre a responder “não sei”, “talvez” ou “o que é que sente em relação a esse assunto?”. No fundo, parece-me que queríamos todos ter um botão que reiniciasse a “máquina”, uma borracha que apagasse memórias ou, principalmente, queríamos ser e parecer normais aos olhos dos outros. Mas o que é a normalidade? Não sei. Sei que somos todos diferentes e que reagimos todos de forma diferente aos mesmos acontecimentos devido à forma como estruturámos o nosso comportamento, a nossa psique, o nosso carácter e a tantos outros factores que nos fazem ser como somos.

O que vejo e sinto são uma série de corpos fechados nas suas dores, nos nossos corpos “neuróticos”, na “bipolaridade” com que vivemos os relacionamentos íntimos e na “esquizofrenia” daquilo que nos é desconhecido, do mistério que é viver e saber viver dentro destes corpos. Parece-me que rotular não é o caminho, mas, sim, continuar a caminhar e pedir ajuda para que consigamos entrar novamente nas “zonas mortas” do corpo e recuperar memórias desta, doutras vidas, memórias ancestrais ou memórias de ontem.

Quem experimenta Dynamic Theatre pela primeira vez é levado a acreditar que há uma certa magia no que é revelado, que há estranheza e que assusta. O Dynamic Theatre expõe a verdade e a verdade é sempre bela e, por vezes, assustadora. A verdade torna-nos livres e parece-me ser evidente que é na liberdade que existe o belo. Um ser livre é um ser com uma beleza tão exuberante como tranquila. A liberdade permite-nos estar num corpo que vive no presente. O que acontece, no fundo, em Dynamic Theatre , é que damos expressão às nossas “zonas mortas”, que, por conseguinte, são reanimadas e reintegradas em nós.

Em suma, os rótulos são temporários pela impermanência de todas as coisas e o que há de neurótico em nós é a ponte para a nossa recuperação, para o nosso reequilíbrio. Um corpo fechado é um corpo que sofre um sofrimento legítimo. Quantos segredos guardamos no útero, quantas amarguras digerimos no estômago e quantos passos as nossas pernas deixaram de dar pelo medo do desconhecido?