Constelação por Mariana Ferreira


Agradeço ao Sérgio por partilhar a sua constelação connosco e à Ieda por emprestar os seus magníficos cristais. É sempre maravilhoso ver uma constelação formar-se, que cor intuitivamente escolhemos para o pai, que formato de pedras atribuímos aos bisavós que nos são desconhecidos em vida mas cujos padrões genético e energético herdámos. Esta imagem foi tirada a uma constelação que, quando começou a ser trabalhada, nada se parecia com o resultado com o qual o Sérgio se sentiu mais satisfeito (na fotografia). Não é de forma alguma uma constelação final porque a nossa energia está em constante transformação e evolução. Uma constelação pode variar de dia para dia, pela forma como nos sentimos confortáveis ou desconfortáveis com tudo o que vai acontecendo ao nossa redor. O que experimentamos pela primeira vez em que a constituímos é único porque somos agarrados pelo factor surpresa de quem estreia algo e, por isso, deixa uma marca grande na nossa psique. Na realidade, a primeira vez que tocamos nas pedras e as distribuímos ao nosso gosto revela a forma como na nossa psique seguramos as dinâmicas da nossa família. Andamos todos juntinhos ou precisamos de muito espaço entre todos para podermos respirar à vontade? É doloroso separarmo-nos de um ente querido que já morreu e colocamo-lo bem pertinho da pedra que nos simboliza? A forma, mesmo que ainda inconsciente, como sentimos a energia dos nossos ascendentes vai também determinar, em parte, o formato relacional dos descendentes, e, assim, a dinâmica prolonga-se de gerações em gerações. Como é que "carregamos" padrões que são considerados "crónicos" na família, como doenças e dependências? A liberdade e autonomia passa por colocar a pedra da mãe bem longe da nossa ou por tomar consciência de que a dependência talvez seja mútua, ou que já se perpetua à muitas gerações?
São necessárias coragem e uma boa dose de auto-consciência para nos libertarmos de padrões que não queremos levar connosco e para guardarmos e acarinharmos os que queremos para nós.